segunda-feira, 28 de julho de 2008

Afinal quem é aqui O DECIMONÓNICO!?!?

É muito decimonónico pensar que não há nada mais deprimente e horrível que o conceito de casal. Depois de ter ouvido com frequência a acusação, que agora serve de predicado no meu Reconhecimento, talvez estivesse na altura de redistribuir as acusações. Do tipo, uma carta que rejeitaste sistematicamente e que, ironicamente, te vem parar agora às maos na redistribuição. Nunca me tinha apercebido do aspecto. Efectivamente, não há nada mais horrendo que um casal ... burguês.

- Os tais que se vão arrebanhando para chular património familiar concentrado em mumias adiposo-rugosas espectantes e arfantes relativamente ao destino da sua fortuna - ficará nos meus ou irá parar a outros dedos, perguntam, babando-se e tossindo até enrubescer as veias salientes do pescoço senil.

- Os tais que entopem as ruas da cidade veraneante com veículos de bebes decoradinhos com toda a peluchada disponível no mercado e desesperados também para saber como queimar mais um fim-de-semana interminavel...

- Os tais cuja vida sexual se esgotou com a consumação da garantia do capital herdavel.

- Os tais que só não colocam uma trela adestrante nas relíquias paridas porque têm veículos que a sogra até comprou juntamente com os babetes, as chuchas, os guardanapos rendilhados e as consolas de jogos. Estes tais só não lhes chamam "animais de estimacao"1 ou brinquedos de manutenção dispendiosa não fosse a santa e sagrada família a dar gregariamente uma ajuda porque, no fim de contas!, atingiram o zénite da perfeição humanamente possível na sua reduzida constelação sinaptica.


1 - Expressao retratista, absolutamente brilhante!, da autoria de, chamemos-lhe, O Amigo de Alcochete - A.A.

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